“Meu maior desafio foi vencer a timidez”, conta Lorena Calabria

Lorena Calabria (Foto Fábio Guinalz/AgNews)
Lorena Calabria (Foto Fábio Guinalz/AgNews)

Lorena Calabria nasceu no dia 21 de junho de 1964, Rio de Janeiro. Começou a carreira em 1985, na extinta Rede Manchete, enquanto ainda cursava a faculdade de Jornalismo na UERJ. A estreia como apresentadora aconteceu no ano seguinte, quando comandou o Clip Clip, programa de clipes da Rede Globo. Foi repórter e redatora da revista Bizz, na segunda metade dos anos 80.

Foi garota-propaganda dos absorventes Intimus, em 1990, e dublou o programa Olho Vivo, da BBC, transmitido no Brasil pela TV Cultura. Também chegou a ser repórter do Programa Livre, de Serginho Groisman. Foi uma das primeiras apresentadoras da MTV Brasil, comandando o Cine MTV. Após sua saída da emissora, ficou sete anos como apresentadora do programa Metrópolis, da TV Cultura.

Ficou alguns anos no Multishow, apresentando e fazendo os roteiros dos programas Bate-Papo Digital e Ensaio Geral. Em 2004 foi contratada pela Rede Record para ser apresentadora do Domingo Espetacular, e em 2007 apresentou o Entrevista Record, na Record News.

Já em 2008, apresentou o programa Happy Hour, do canal de televisão a cabo GNT. Atualmente, apresenta, ao lado de Patrícia Maldonado e Daniel Bork, o programa Dia Dia, um programa matinal na Band.

Como começou seu envolvimento com o jornalismo?
Foi bem antes da faculdade, ainda no segundo grau. Queria trabalhar em radio. Gravava em fitas cassete programas em que eu apresentava, comentava e fazia a seleção musical. Era uma brincadeira mas que juntava dois grandes interesses: musica e jornalismo. Cheguei a tv através de um colega de faculdade que era produtor na TV Manchete. Mas ainda não esqueci do rádio. Quem sabe, em breve.

Qual foi a sua maior dificuldade no inicio de carreira?
Foi vencer a timidez e encarar as câmeras. Comecei em 1985, como redatora de um programa chamado Som Maior, na TV Manchete. No mesmo programa, fui também repórter. Na época, fiz um curso de teatro, por três meses – o que me ajudou a trabalhar voz, expressão corporal e principalmente, não ter medo de errar, de arriscar.

Você tem um diferencial dos outros jornalistas. Seu estilo dinâmico, exclusivo. Como construiu isso?
Fui construindo aos poucos. Comecei com 21 anos, crua mas com muita determinação. Era natural entrevistar músicos, era um meio que eu conhecia de verdade. Conto também com minha curiosidade por todo tipo de assunto. E não tenho um personagem, um tipo. Ao longo dos anos, fui ficando cada vez mais a vontade, bem próximo do que sou longe das câmeras.

Lorena, você ficou alguns anos fora da TV aberta, você vê alguma diferença entre a TV aberta e a fechada?
A diferença já foi maior. Repare que a programação das duas está cada vez mais semelhante. As séries e realities são a prova disso. Fazem sucesso tanto na aberta quanto na fechada. Quanto ao meu trabalho, não tenho preferência. Vou atrás de desafios, em algo que me faça crescer. Não me acomodo no que já sei fazer. Trabalhei muito tempo com jornalismo cultural, mas meu interesse no momento são programas que misturam jornalismo com entretenimento. Na aberta ou fechada, não importa.

Você já passou pela Manchete, MTV, Globo, SBT, Cultura, Multishow, Record, GNT e atualmente está na Band. Sua carreira tomou o rumo que você desejava?
Sabe que nunca parei pra pensar no rumo que minha carreira tomou? Porque nunca fui de fazer planos, traçar metas. Quero exercer meu trabalho de forma completa, com liberdade, sem ferir meus princípios. A televisão exerce uma influencia enorme na vida das pessoas e esse poder precisa ser usado com responsabilidade. Levar informação: esse é o meu rumo.

Qual a matéria ou situação mais engraçada que você passou?
Várias. Engraçadas e outras bizarras mesmo. Algumas que eu me lembrei agora: fiz o diretor Quentin Tarantino esperar as fitas chegarem para dar inicio a entrevista, comi língua (e gostei!) na casa do Zeca Pagodinho, “encarei” ao vivo uma sucuri de três metros dentro do estúdio.

Como faz para conciliar a carreira com a vida de mãe de gêmeas?
Vou confessar uma coisa: quando elas cobram a minha presença bate aquela culpa. Mas vou compensando no tempo livre e adequando minha rotina a delas. No momento, acordo antes das meninas e chego em casa quando já foram para a escola. Mas sou eu quem as trago pra casa e ficamos juntas desde o fim da tarde. Minha sorte é que meu marido me cobre nas outras horas.

Qual dica você dá para quem está iniciando no jornalismo?
Procure seu próprio caminho. Descubra onde está sua habilidade, em qual veículo, em qual função. Invista em conhecimento. Quanto mais bem informado sobre um assunto, melhores são as chances de se destacar. Não confie em fórmulas. Esteja aberto para o imprevisto. E a ética, sempre, em primeiro lugar.

O projeto Na Mira é uma iniciativa dos estudantes de Comunicação Social que trabalham da Unidade de Pesquisa e Atualização (UPA), responsável pela atualização da base de dados do Comunique-se. Mensalmente, a equipe do Na Mira entrevista um jornalista. Participaram desta edição os estudantes Rafael Menezes, Carolina Monte, Robério Moura, Juliane Souza, Laercio Vieira e Priscila Reis. A coordenação do projeto é da gestora da UPA, Priscila Daud.

Fonte: Comunique-se

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