Em tempo de crise, intervir na economia é uma medida neoliberal?

UnP - LogomarcaHoje (17/11) em prova da disciplina de Ciência Política e Fundamentos da Economia, ministrada pelo professor Rubens Pinto Lyra, na Universidade Potiguar, fui questionado se a intervenção do Presidente Barack Obama na economia durante a recente crise econômica, chegando inclusive a comprar ações de bancos, era uma medida neoliberal.

Nessa etapa do semestre, havíamos estudado as teorias de Hobbes e Locke, discutido sobre liberalismo, neoliberalismo e por vezes o assunto “crise econômica” esteve em pauta, de modo que esse tipo de pergunta era de se esperar. Enfim, dei a seguinte resposta:

“As medidas neoliberais sempre consistem na diminuição do Estado; na redução da participação deste sobretudo na economia. Portanto, intervenções econômicas, como a que fez o Presidente Barack Obama, não são neoliberais, por mais que tenha tido a finalidade de reerguer o sistema capitalista e o modelo acima mencionado.

Aliás, a recente crise econômica é resultado justamente da falta de regulação da economia pelo Estado, e evidencia que a concepção lockeana de Estado é apenas idealista, não conseguindo se sustentar na realidade.

Outrossim, repetiu-se agora, em 2008/2009, o que fizeram em 1929, quando o mundo viveu sua primeira grande crise econômica: as políticas liberais se mostram falhas, insuficientes; o Estado intervém; e estatiza-se setores importantes da economia a fim de restabelecê-la.

Por outro lado, como disse o Presidente Lula anteontem (15), se o então Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush Filho, tivesse injetado 35 bilhões de dólares no banco Lehman Brothers para evitar a sua falência, certamente, o mundo não teria passado por esta crise, e os trilhões de dólares necessários para comprar ações de bancos e de companhias como a General Motors poderiam muito bem ter servido para diminuir a pobreza e amenizar a fome de homens e mulheres excluídos da vida econômica e social mundo afora.

Ah! Essa também não é uma medida neoliberal.”

E você, o que pensa a respeito do questionamento? Concorda? Não? Acrescentaria algo?

Vale uma boa discussão!

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