Brasil é mais seguro que PIIGS pela primeira vez desde 1992

Klinger Portella – Repórter

A crise que ameaça os países do chamado PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) fez com que, pela primeira vez desde a criação da União Europeia, em 1992, o Brasil se tornasse mais “seguro” para os investidores. Em relatório, a Gradual Investimentos comparou os contratos de CDS (credit default swap) do Brasil com os PIIGS e constatou que o País oferece menos riscos de calote.

A medida de risco utilizada para a comparação foi o CDS de cinco anos. Nesses contratos, comparam-se os pontos que um país paga a mais com relação a um contrato de risco zero, como o dos Estados Unidos.

A conclusão da corretora é que o Brasil está em melhor posição que os PIIGS. “Observamos que hoje é mais seguro emprestar dinheiro para o Brasil do que para a periferia europeia; uma situação inédita”, apontou o relatório da Gradual.

Por enquanto, o único país cujo risco está menor que o brasileiro entre os PIIGS é a Espanha.

Segundo André Perfeito, economista da corretora, os números podem ser ainda mais acentuados por conta do recente rebaixamento do rating de Portugal, por parte da agência de classificação de riscos Fitch.

“Se pegarmos o evento de Portugal, a tendência é piorar ainda mais. Mas esse movimento só deve ser observado nos títulos a partir de amanhã (quinta-feira)”, diz em entrevista ao iG. “Mas a tendência é que o risco do Brasil também suba, já que a Europa afeta diretamente o Brasil”, completou.

Na avaliação de Perfeito, o alerta da Fitch com relação às contas públicas portuguesas pode apressar um pacote de socorro aos PIIGS. “Mas agora a coisa ficou mais complexa. Quanto mais países precisarem de ajuda, mais trabalho terão Alemanha e França.”

Mas o economista alerta que algo precisa ser feito urgentemente. “Quanto mais demorar, mais caro ficará a conta”, finaliza.

Fonte: Último Segundo

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